quinta-feira, 6 de março de 2014

Reinventando a comunicação dentro dos nossos relacionamentos

                                



"Tens visto um homem precipitado no falar? Maior esperança há para um tolo do que para ele."
                                                                           (Provérbios 29.20)

"O vazio criado pela incapacidade de se comunicar é rapidamente preenchido por veneno, tolices e falsidades."
                                                                                         (Northcote Parkinson)

Você já se viu conversando com alguém e esta pessoa parecia não estar dando a mínima importância para aquilo que você estava tentando comunicar a ela?

Você já cometeu como eu, a indelicadeza de ter alguém falando com você, e você ignorar, ainda que parcialmente, a mensagem que estava sendo transmitida, porque estava na internet? Vendo tv? Lendo um livro? Ou ainda, fazendo qualquer outra coisa, que naquele momento, achava mais importante do que parar para ouvir?

Você já teve o desprazer de dar um recado para alguém retransmitir o que você pediu e depois ficar sabendo que a mensagem foi alterada, chegou ao destinatário diferente do que você enviou ou ainda teve até uma discussão por causa dela, tudo porque sua fala foi mal interpretada?

Problemas como estes, se multiplicam todos os dias, entre as pessoas. O mundo que vivemos usa e abusa das comunicações. Podemos falar hoje, ao vivo com pessoas que estão do outro lado do globo por vídeo conferências, onde assuntos da mais alta importância são tratados e problemas solucionados, sem que eu tire o pé de dentro de minha casa ou empresa.

Em matéria de tecnologia, nunca avançamos tanto no processo de comunicação, rádio, tv, jornal, revista, e-mail, twiter, blog, site, transmissão via satélite, enfim, as formas de se comunicar se multiplicaram, contudo tenho observado que no dia-a-dia, nossa comunicação interpessoal, as vezes vai de mal a pior.

Casamentos são desfeitos, o índice de divórcios cresce assustadoramente, parcerias e sociedades são desfeitas, amigos deixam de se falar, empresas perdem bilhões em demissões porque colaboradores se desentendem entre si e abandonam a corporação por dificuldades de se comunicarem com chefes e gerentes arrogantes e presunçosos que se acham donos da razão e não param para ouvir reclamações e críticas de subalternos, guerras e batalhas são travadas com saldo de milhões de mortos, porque dois ou mais líderes de nações não conseguiram chegar a um acordo sobre determinada visão política, social, religiosa ou geográfica.

Podemos notar que tudo no mundo gira em torno da comunicação, seja para o progresso e para a prosperidade, pessoal ou coletiva, seja para a destruição de sua vida ou de outros semelhantes, o homem não para de se comunicar, o tempo todo.

Neste processo de troca de informações, idéias e conceitos, todos nós acertamos e erramos.

A ideia principal, aqui sugerida, é que repensemos o tipo de comunicação que estamos tendo com as pessoas e reinventemos a nossa forma de lidar com isso, pois podemos com as nossas palavras e atitudes gerar vida, alegria, satisfação, harmonia, paz e esperança, na vida dos outros, mas podemos da mesma forma, com a mesma energia dispensada para o bem, denegrir, ferir, amargurar, desmotivar, separar, machucar e fazer mal as pessoas.

Pensando sobre isso com mais cuidado, podemos diminuir o grau de atitudes e palavras que ferem e causam dor ao coração alheio, evitando assim muita confusão e sofrimento, para nós e para quem convive com a gente.

Quando falamos com alguém, devemos nos questionar, e imaginar qual é a melhor forma de transmitir a mensagem pretendida. Faça algumas perguntas para si mesmo:

1. Como devo me comunicar?
Ao levantar estra questão, iremos buscar a melhor maneira de se reportar as pessoas.
Como você gostaria de ser tratado? 
Esta é sem dúvida a resposta principal. Preocupe-se em não derramar sobre os outros as palavras que não gostaria de ouvir. Respeito, palavras não agressivas, compreensão, simpatia, devem ser habilidades a serem desenvolvidas e praticadas por quem se preocupa com a melhor forma de tratar os outros em suas conversações.

2. Quem é a pessoa ou o grupo de pessoas com quem quero e vou me comunicar? 
Tratar pessoas diferentes de forma igual é desigual. Respeito e dignidade todo ser humano merece, mas o nosso ouvinte é que vai determinar a melhor maneira de nós falarmos.
Se nos dirigirmos ao parceiro (a) conjugal, o tom e a liberdade de expressão é um, se formos conversar com o diretor da empresa que trabalhamos o jeito é outro, se preciso aconselhar meu filho adolescente, a maneira que vou me expressar precisa ser compreensível para ele, uma linguagem mais informal, aberta, demonstrando amor e cuidados, acompanhado de uma vivência mais próxima, vai facilitar o diálogo. Conhecer e saber com quem estou lidando e usar isso a meu favor é fundamental na boa comunicação.

3. Onde vou me comunicar?
Costumo dizer que tudo na vida tem hora e lugar para ser feito e dito. O significado disto é que se eu tratar assuntos que deveriam ser tratados em particular de forma pública, na presença de muitas pessoas, estou me expondo desnecessariamente, da mesma forma que exponho a pessoa a quem me dirijo. Um dos grandes erros da comunicação é tratar assuntos em locais impróprios. Tem pessoas que costumam dar broncas e apontar erros dos outros o tempo todo, e nos lugares mais inconvenientes possíveis. Se agirmos assim, vamos truncar a comunicação e até ganhar alguns inimigos. O que é para uma pessoa específica ouvir os outros não precisam ficar sabendo.

4. Para quem comunico?
Parece simples mas não é. Antes de se dirigir para alguém, sobre qualquer assunto, procure se certificar se o teu ouvinte em potencial é quem precisa, pode ou deve ouvir o que você vai falar. Levante o máximo de informações possíveis sobre a pessoa com quem você esta lidando ou vai lidar. Quando digo isto, não me refiro só a cargo, posição social ou hierárquica, que também são importantes, mas principalmente ao tipo de comportamento, temperamento e forma que ela reage à críticas, elogios, brincadeiras e outros tipos de mensagens e comunicações. É um erro falar a coisa certa para a pessoa errada. Digamos que ao chegar em casa, um determinado pai encontra um vaso de plantas quebrado e vê seu filho de três anos jogando bola próximo, o que você acha que ele vai deduzir? Porém o que ele não sabe, é que sua esposa passou por ali e ao esbarrar no vaso este caiu e quebrou. Se o homem for ponderado e sensato, vai questionar antes de agir, senão ele vai sem nenhuma dúvida, naquele momento, culpar o filho, brigar com ele e até surra-lo, para depois perguntar se a criança causou o acidente. Cuidado, dizem os antigos que: "surra dada e palavra dita não tem volta".

5. O que comunicar?
Tão importante quanto, como falar, com quem vou falar, onde falar e para quem falar, o que vou comunicar é de suma importância. O que vou transmitir precisa ter relevância. Não estou falando de nossas conversas informais, onde dialogamos e falamos de quase tudo, me refiro as conversações que são de suma importância para nossas vidas, por exemplo, em uma discussão da relação, se o casal não se cuidar pode ferir um ao outro, abrindo feridas emocionais que as vezes jamais se curam, ao se dirigir a uma autoridade superior seja ela na empresa ou em outro lugar, o teor, o conteúdo do que vamos falar, geralmente é analisado cuidadosamente, e pode até nos comprometer seriamente. Sendo assim :"pense sempre aos quilômetros, mas fale aos centímetros".

O mais importante na comunicação, nas conversações e diálogos, é sempre ter certeza que entendeu e foi entendido, comunicação perfeita é um mito, contudo todos nós podemos e devemos crescer e desenvolver melhor a nossa capacidade de se comunicar, seja por palavras seja por atos.

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