terça-feira, 1 de abril de 2014

Quem disse que pastor não chora?

                                    

Ontem eu chorei.
Chorei pela perda de um amigo.
Um amigo não...
Um amigo mais chegado que um irmão.

Ontem foi sepultado meu amigo-irmão Jefferson Campagnelli.
Chorei porque ele partiu.
Chorei porque não o verei mais pregar.
Chorei porque um dia com ele já sorri muito.

Chorei porque ele estava em outro estado, em Santa Catarina e nem em seu velório eu pude ir.
Chorei porque mesmo estando tão longe, a amizade que construímos durante o período que juntos orávamos, sorríamos e chorávamos nos uniu e nos marcou, quando ainda ambos éramos solteiros.

Chorei pela saudade que vou ter dele.
Chorei pelo casal de filhos que ficaram orfãos de pai, e que pai!
Chorei pela esposa fiel que ele deixou, Cristina, mulher guerreira e amante fiel.
Quando jovem, enquanto noivos Cris ouvia muitas críticas.
As críticas eram porque ela escolheu casar com um cara apaixonado pela causa de Cristo.
Que pela paixão que nutria sua alma, chegava a viajar semanas para pregar o evangelho, aqueles que não tem este fogo queimando na alma, por vidas e pela causa de Cristo nunca entenderam e nunca entenderão isto. Eu porém sempre entendi, porque sofro da mesma "doença", paixão por Cristo e pela vidas que ele também ama.

Descanse em paz meu amigo. Trinta e seis anos foi o período que Deus nos presenteou com a sua companhia. Nós agradecemos a Deus por ter permitido que durante estas três décadas e meia, nós pudéssemos sorrir ao lado dele.

Eu tive o privilégio um pouco  menor, foram cinco anos ininterruptos, de 1993 a 1998, que estivemos muito próximos, mas como já disse a amizade resiste as fronteiras geográficas e depois de alguns encontros em viagens que ele fez aqui a São Paulo  nós voltamos a sorrir juntos, lembrar da juventude e das vezes que estávamos tão sem dinheiro que não podíamos nem comprar uma flor para nossas noivas. Contudo essas mulheres apaixonadas nunca focaram nisto, a nossa presença e amor sempre foi o mais importante. Mas agora o amor fica e a sua presença vai embora.

Pastor chora! Pastor chora muito! Pastor chora pelos discípulos de Cristo que ele cuida e sofrem, pelos casais de sua igreja que se separam, pelos infantes que morrem sem ter o privilégio de crescerem, pastores choram quando veem seus amigos ou seus heróis partirem e ao contrário da TV os nossos heróis não são imortais.

No dia 28 de Fevereiro foi outro dia que eu chorei, quando aquele que foi o primeiro pastor de minha família faleceu e foi sepultado, Pastor Carlos Micheletti.

Chorei pelos amigos meus que são seus filhos, sobrinhos e netos. Chorei pela Pastora Odete que ficou viúva, chorei por mim mesmo pela dor que senti e hoje um mês depois estou eu chorando de novo.

Assim é a vida! Mas um dia Deus limpará de nossos olhos toda lágrima e ai Pastor Jefferson Campagnelli e Pastor Carlos Micheletti estaremos juntos para nunca mais chorar.

Vocês combateram o bom combate, vocês terminaram a carreira e vocês guardaram a fé.

Obrigado Deus por ter nos dado estes dois "presentes" que foi a presença deles conosco por um tempo.

Glória a Deus

E o pó retorne a terra que o deu e o espírito volte para Deus.

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