quarta-feira, 11 de junho de 2014

As parábolas do Reino de Deus e sua relação com as nossas vidas - Mateus 13


                      
O termo “parábola” provém do grego “parabole” que indica a colocação de coisas uma ao lado da outra para fins de comparação. Como um grande contador de casos, como eram muitos dos rabinos, Jesus o Mestre por excelência usava constantemente parábolas no exercício de seu ministério de ensinamento. A originalidade das parábolas de Jesus não consiste tanto em seu conteúdo como na finalidade que ele tem em mente ao contá-las. Para ele a parábola é mais do que apenas recurso didático destinado a iluminar e esclarecer o significado de algum texto bíblico (que é o método rabínico); é antes de tudo uma forma de proclamação – as parábolas são a própria pregação. “Nesta passagem de Mateus capítulo 13, Jesus inicia uma maneira de ensinar que marcaria todo o seu ministério. Jesus fez das parábolas sua principal forma de revelar o Reino de Deus. A visão que Jesus tinha do reino de Deus é claramente configurada em muitas parábolas. A este respeito são de especial interesse as treze parábolas no Evangelho de São Mateus, que se referem especificamente ao Reino de Deus, o qual é o tema principal de todo o seu ministério entre os homens:

Em Mt 13,1-9 ele conta a parábola do Semeador.

Em Mt 13,24-30 ele compara o Reno de Deus ao Trigo e a oposição ao reino ele chama de Joio.

Em Mt 13,31-32 ele declara que é Reino de Deus é semelhante ao grão de mostarda, cujo início foi simples e humilde, porém com o passar dos anos e tornou amplo e poderosamente influenciador do comportamento humano.

Já em Mt 13,33 ele comparou o Reino ao fermento que uma mulher aplicou a uma massa de tal forma que toda ela foi influenciada pela presença do fermento.

Em Mt 13,44 Jesus falou do Reino como um tesouro escondido de mui grande valor.

Em Mt 13,45 ele comparou o Reino a uma a uma pérola de grande valor.

No capítulo Mt 13,47-50 ele fez a comparação do Reino com uma rede do pescador, que de início trás para a praia tudo o que vem dentro, todo tipo de peixe, mas em seguida os pescadores passam a seleciona-los, fazendo uma separação entre os peixes aprovados para o comércio ou para alimentação e os que são devolvidos a água, porque não passaram no teste.

Depois deste capítulo Jesus voltará a falar do Reino por parábolas no capítulo 18.23-35 onde ele usará a figura do servo que foi perdoado mas não perdoou seu irmão para ilustrar que Deus quer que demos aos outros aquilo que dele a gente já recebeu.

Em Mt 20,1-16 a Parábola dos os Trabalhadores da Vinha, ilustra a Graça de Deus e como ele nos recompensa de maneira que nós não merecemos. Pois um trabalhador que chegou na última hora do dia recebe um salário igual a outro que trabalhou o dia todo.

Em Mt 21,33-43 Jesus fala do Reino através da parábola dos Viticultores Homicidas, que se apropriaram da vinha de seu senhor, mataram os que foram enviados para cobrar o arrendamento e pior não respeitaram nem o filho do dono, o qual mataram também, não há dúvidas que esta parábola retrata Israel e como eles reagiram a chegada de Jesus como Messias.

Em Mt 22,1-14 O Banquete de Núpcias, é um anuncio de quem realmente ouvirá o convite de Deus para fazer parte do Reino dele. O Reino só será recebido e percebido por pessoas que se esvaziarem de si mesmos e não considerarem que suas vidas e seus afazeres são mais importantes do que a revelação do Reino de Deus.

Em Mt 25,1-13 conta uma das parábolas de Jesus que ao meu ver é uma das mais tristes, a parábola das Dez Virgens. Era comum em casamentos orientais, os noivos convidarem várias amigas para serem suas “damas de honra” (na nossa linguagem). Elas ficavam aguardando o noivo e precisavam estar com seus candeeiros acesos na hora da chegada dele. Ele demorou, todas dormiram e quando ele as chamou ao chegar, metade delas ficou para trás porque não tinham como iluminar seu caminho até a casa da noiva. Isto ilustra o fato de muita gente que aparentemente caminha com Cristo, mas na hora de compartilhar a sua luz, elas estão em trevas. O noivo se aproxima e estas pessoas estão no escuro.

E por fim nas parábolas do Reino escritas e narradas por Mateus, no capítulo 25,14-30, Jesus compara o Reino aos talentos de ouro ou prata, que um homem rico confia na mão de seus servos ou empregados, para eles investirem este valor. Porém enquanto dois o fazem, um deles simplesmente enterra o talento. Este quando é cobrado alega medo de perder o que lhe foi confiado e por isso não ousou negociar com o dinheiro de seu senhor. Uma brilhante ilustração para que a gente não guie a nossa vida pelo medo, mas pela fé naquele que nos confiou.


Estas e outras parábolas concretizam para nós a visão que Jesus tem para uma sociedade em que o Deus do amor permanente, reina nos corações de todas as pessoas e se torna visível no amor que perdoa, no amor compassivo de uns para com os outros em todos os aspectos da vida diária.

As parábolas são narrativas dos seres humanos interagindo nas questões sociais, políticas e econômicas. São parábolas sobre banquetes, festas de casamento, fazendas e trabalhadores das fazendas, plantações de uvas, famílias reais, comerciantes e mordomos, homens nobres e serventes, estradas públicas, tribunais de justiça, o templo, por certo quase todos os aspectos da vida pública e social no tempo de Jesus aparece em sua parábolas.

Parábola, também é descrito como uma narração alegórica na qual o conjunto de elementos evoca outra realidade de ordem superior como no exemplo: Escrito pelo filosofo Platão,

O Mito da Caverna

Imaginemos um muro bem alto separando o mundo de uma caverna. Na caverna existe uma fresta por onde passa um feixe de luz exterior. No interior da caverna permanecem seres humanos, que nasceram e cresceram ali. Ficam de costas para a entrada, acorrentados, sem poder locomover-se, forçados a olhar somente a parede do fundo da caverna, onde são projetadas sombras de outros homens que, além do muro, mantêm acesa uma fogueira. Os prisioneiros julgam que essas sombras sejam a realidade. Um dos prisioneiros decide abandonar essa condição e fabrica um instrumento com o qual quebra os grilhões. Aos poucos vai se movendo e avança na direção do muro e o escala, com dificuldade enfrenta os obstáculos que encontra e sai da caverna, descobrindo não apenas que as sombras eram feitas por homens como eles, e mais além todo o mundo e a natureza.

Outra parábola interessante é uma parábola africana sobre:

O Sapo e o Escorpião

Certa vez, um escorpião aproximou-se de um sapo que estava na beira de um rio.
O escorpião vinha fazer um pedido: Sapinho, você poderia me carregar até a outra margem deste rio tão largo? O sapo respondeu: Só se eu fosse tolo! Você vai me picar, eu vou ficar paralisado e vou afundar e morrer. Disse o escorpião: Isso é ridículo! Se eu o picasse, ambos afundaríamos. Confiando na lógica do escorpião, o sapo concordou e levou o escorpião nas costas, enquanto nadava para atravessar o rio. No meio do rio, o escorpião não resistiu a tentação e cravou seu ferrão no sapo. Atingido pelo veneno, e já começando a afundar, o sapo voltou-se para o escorpião e perguntou: Por quê? Porque você fez isso, eu te ajudei e agora nós dois vamos morrer? E o escorpião respondeu: Por que sou um escorpião e essa é a minha natureza meu caro desculpe.

A parábola tem sempre um fundo moral, uma lição e uma maneira de fixar verdades e valores em nós e em nossas memórias.

Das Sete parábolas que Mateus registrou em neste capítulo deixa eu extrair algumas lições práticas para a nossa vida:

1º A perseverança ao lidar com as circunstâncias contrárias da vida. Na parábola do semeador, este homem semeou em quatro terrenos diferentes. Setenta por cento de suas sementes não produziram absolutamente nada. Ele só colheu frutos de vinte e cinco por cento do que plantou, e mesmo assim a colheita foi pequena porque só um pouco da semente que ele plantou deu 100 por 1 de retorno, mas ele per – se – vê – rou! . Como está seu nível de perseverança na vida, no Reino de Deus, com seus entes queridos, com seus sonhos e projetos, com a transformação de seu caráter? Vs3-8

2° Não julgue as pessoas pela aparência, pois só quem sabe de verdade quem é Joio e quem é Trigo é Deus. Jesus lhes contou outra parábola, dizendo: O Reino dos céus é como um homem que semeou boa semente em seu campo. Mas enquanto todos dormiam, veio o seu inimigo e semeou o joio no meio do trigo e se foi.Quando o trigo brotou e formou espigas, o joio também apareceu."Os servos do dono do campo dirigiram-se a ele e disseram: O senhor não semeou boa semente em seu campo? Então, de onde veio o joio? Um inimigo fez isso, respondeu ele. Os servos lhe perguntaram: ‘O senhor quer que vamos tirá-lo? Ele respondeu: Não, porque, ao tirar o joio, vocês poderão arrancar com ele o trigo. Deixem que cresçam juntos até à colheita. Então direi aos encarregados da colheita: Juntem primeiro o joio e amarrem-no em feixes para ser queimado; depois juntem o trigo e guardem-no no meu celeiro. vs. 24-30, Não julgue um livro pela capa, um perfume pelo frasco ou uma pessoa pela aparência. Vs 47-50: O Reino dos céus é ainda como uma rede que é lançada ao mar e apanha toda sorte de peixes. Quando está cheia, os pescadores a puxam para a praia. Então se assentam e juntam os peixes bons em cestos, mas jogam fora os ruins. Assim acontecerá no fim desta era. Os anjos virão, separarão os perversos dos justos e lançarão aqueles na fornalha ardente, onde haverá choro e ranger de dentes.

ILUSTRAÇÃO: Um dia um sábio enquanto ensinava sobre não julgar as pessoas disse para seus alunos: Quando chegarmos ao céu teremos 3 surpresas.

Primeira: estar lá. Pois a maioria de nós por mais que tenha fé, de vez em quando se pergunta será que chegarei lá?

Segunda: pessoas que você tinha certeza que iriam estar lá não estarão. A hipocrisia consegue enganar muita gente menos a Deus.

Terceira: pessoas que você tinha certeza que não iriam para lá, estarão lá. Gente que a vida inteira você julgou indigna, porém como já disse deus não v~e como nós vemos e ele disse para Samuel o profeta: “Você observa a aparência, eu enxergo o coração”.

3º Não despreze as pequenas coisas que Deus está fazendo em sua vida, você não sabe o poder que ele tem de transformar coisas pequenas em grandes. Vs 31-33 E contou-lhes outra parábola: O Reino dos céus é como um grão de mostarda que um homem plantou em seu campo.  Embora seja a menor dentre todas as sementes, quando cresce torna-se a maior das hortaliças e se transforma numa árvore, de modo que as aves do céu vêm fazer os seus ninhos em seus ramos. Tudo o que hoje é grande começou pequeno.

4º Tenha tesouros na vida, e baseie a sua felicidade naquilo que realmente importa, naquilo que o ladrão não pode roubar, a ferrugem não destrói e o tempo não afeta. Vs 44-46 O Reino dos céus é como um tesouro escondido num campo. Certo homem, tendo-o encontrado, escondeu-o de novo e, então, cheio de alegria, foi, vendeu tudo o que tinha e comprou aquele campo. O Reino dos céus também é como um negociante que procura pérolas preciosas. Encontrando uma pérola de grande valor, foi, vendeu tudo o que tinha e a comprou. Quais são os seus tesouros? Quais são suas pérolas preciosas?

Deixa eu te falar de dois tesouros que eu tenho:

·       Meu Relacionamento com Deus – oração – valores - palavra

·       Meu Relacionamento com quem eu amo – família – amigos – irmãos de fé


CONCLUSÃO

Jesus lhes disse:

Por isso, todo mestre da lei instruído quanto ao Reino dos céus, é como o dono de uma casa, que tira do seu tesouro, coisas novas e coisas velhas. V.52   

·       De valor a tudo de novo, que é bom que você encontrar por este caminho chamado vida.

·       Agora não se esqueça das boas coisas velhas que você já aprendeu.

·       Inovar é bom, mas tem que ser com critério.

·       Nem tudo que é novo é bom e nem tudo que é antigo, perdeu o seu valor.


2 comentários:

  1. Gostei muito.Diz de forma resumida as parábolas e seu significado. Mas é necessário que se aprofunde mais.

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