sexta-feira, 7 de março de 2014

Jesus o amigo certo das horas incertas


                                                


Já vos não chamarei servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor; mas tenho-vos chamado amigos, porque tudo quanto ouvi de meu Pai vos tenho feito conhecer. 

                                                                                                                    (João 15:15)


Hoje é domingo, o dia está frio e chuvoso, choveu a noite inteira, pude dormir um sono tranquilo e em paz ao lado da mulher que amo. Antes de me deitar fui ao quarto das crianças e as observei, dormindo como três anjinhos, agradeci ao Pai pela sua presença, auxílio e cuidados.

Mas enquanto estou grato por tudo de bom que tenho recebido, sei que muitas pessoas estão vivendo verdadeiros "tsunamis" em suas vidas. Eu mesmo já tive os meus. Nos quatorze anos de casamento, já estive com minha esposa sete vezes na ante sala de cirurgia, dois meses atrás foi a vez de ver minha filha ficar internada correndo grave risco de uma infecção generalizada devido a negligência médica, já vivi a dor de perder alguém que amava muito, que foi o meu querido pai, após uma internação e infecção bronco-pulmonar. Já vivi dias angustiantes sob a perspectiva de perder meu filho caçula, quando ainda era um feto na barriga de minha esposa, o que graças à Deus não ocorreu. 

Como pastor já oficiei diversos velórios e cerimônias fúnebres, de pessoas de minha comunidade de fé e de seus entes queridos. Visitei pacientes em estado terminal em hospitais ou até em suas casas, liberados pelo seu médico para estar com a família em sua  hora derradeira.

Percebo que a fé em Jesus Cristo tem sido um diferencial para aqueles que nele creem na hora de  enfrentar as grandes "peças que a vida nos prega", as pessoas que não perdem a sua fé e esperança conseguem enfrentar os dilemas com probabilidade bem maior de não carregarem sequelas em suas vidas ao longo dos anos.

 A presença invisível, mas real do Emanuel (Deus conosco) se transforma em um escudo protetor ao mesmo tempo que é um bálsamo para as feridas da alma.

Jesus nunca nos prometeu vida fácil ou uma passagem pela existência terrena livre de todas as dores, afinal "Ele só teve um filho sem pecado mas não teve nenhum que nunca sofreu", mas como quem viveu os mais terríveis males Ele se torna para nós o amigo certo das horas incertas.

O poeta sacro R. H. Moreto, descreve o amigo Jesus nas seguintes frases de um hino muito cantado nas tradicionais igrejas evangélicas:

Quão bondoso amigo é Cristo!
Carregou co'a nossa dor,
E nos manda que levemos
Os cuidados ao Senhor.

Falta ao coração dorido
Gozo, paz, consolação?
Isso é porque não levamos
Tudo a Deus em oração.

Tu estás fraco e carregado
De cuidados e temor?
A Jesus, refúgio eterno,
Vai com fé teu mal expor!

Teus amigos te desprezam?
Conta-lhe isso em oração,
E com Seu amor tão terno,
Paz terás no coração.

Cristo é verdaadeiro amigo,
Disto provas nos monstrou,
Quando p'ra levar consigo
O culpado encarnou.

Derramou Seu sangue puro
Nossa mancha p'ra lavar;
Gozo em vida e no futuro
NEI' podemos alcançar.

A presença de Cristo na vida de seus apóstolos e amigos foi o diferencial para eles enfrentarem tudo na vida e para nós a certeza que temos este amigo e sacerdote eterno do nosso lado, nos confere a confiança necessária para irmos em frente apesar dos pesares. 

Como já cantavam as crianças nos corais infantis na minha infância: "...com Cristo no barco tudo vai muito bem e passa o temporal..."

Salomão declarou que existem amigos mais chegados do que um irmão (Pv 18.24)

Na hora da dor e do sofrimento, nada cura mais as feridas da alma do que o apoio e o cuidado de uma mão amiga, o carinho de quem nos ama e é neste amor e nestes cuidados que Jesus se revela. 

Jesus disse que nós seriamos seus amigos se houvesse obediência de nossa parte a sua palavra. (Jo 15.14) e uma das suas ordenanças foi amar ao próximo (Jo 15.17) pois é no cuidado, no amor e na dedicação ao outro que revelamos o nosso amor à Deus Pai e a seus filhos os homens.

Salomão também afirmou que é na angustia que o amigo se torna irmão. (Pv 18.24)

Se pararmos para pensar, veremos que nossos maiores amigos são fruto de convivência de longa data, são amizades edificadas não só em bons momentos, de prazer e alegria, mas e principalmente em dias maus, de terrível dor, aflição e adversidades, pois é no calor da angustia que as grandes amizades são forjadas. 

Nossa caminhada com Jesus Cristo se aprofunda é na hora dos maiores embates e conflitos existenciais, na hora em que parece que estamos totalmente sós e desamparados sua presença invisível mas real se revela e nos dá a força, nos dá o amparo e a esperança necessária para não desistirmos da vida, dos sonhos, da família, do ministério, das pessoas e do nosso relacionamento com Ele.


"A amizade e o amor são dois elos que quando verdadeiros, andarão sempre de mãos dadas e nada nem ninguém conseguirá destruir. "

                                                                            (Anabela de Jesus Soares) 

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