Viver queridos não é uma tarefa fácil. Conviver é
uma tarefa mais difícil ainda. Conviver é se relacionar com as pessoas. Hoje
vivemos em um tempo, onde como previu Jesus na parábola da semente, do fermento
e da figueira, o Reino de Deus se iniciou bem pequeno, mas está cada vez mais
se expandindo na sociedade contemporânea.
Os valores do Reino estão agindo dentro do coração
das pessoas e mudando vidas, direta e indiretamente. Muitas vezes pessoas, vivem
e ensinam os valores do Reino de Deus, mesmo que não saibam sua origem. O Reino de Deus entre os homens trouxe uma dinâmica de vida bem diferente para os relacionamentos na época de Jesus e continuou atuando na sociedade de forma implícita e explícita.
Quando Jesus veio a terra e anunciou justiça, a injustiça era a marca da época.
Quando Jesus veio e ensinou sobre liberdade a
escravidão era normal e defendida pelas leis nacionais e internacionais.
Quando Jesus veio e ensinou sobre perdão, a
vingança era natural para os homens. Matar o que matou alguém era algo visto
como nobre e aceito como normal
Quando Jesus veio e ensinou a amar inimigos e não
apenas os amigos, seus ensinos radicalizaram as relações interpessoais, que
estavam calcadas apenas na troca de gentilezas ou de maldades.
Assim quando absorvemos os valores do Reino de
Deus, entendemos que fazer parte do Reino, é um novo estilo de vida, não mais
natural, mas acima do natural (sobrenatural), tudo muda, na maneira que lido
com o outro, no dia a dia.
Minhas relações passam a ter outros princípios para
se guiar.
Vejamos o que podemos aprender aqui acerca disto:
1º No Reino de Deus quem
quer ser grande precisa aprender a agir como uma criança. vs. 1-5. Naquele
momento os discípulos chegaram a Jesus e perguntaram: Quem é o maior no Reino
dos céus? Chamando uma criança, colocou-a no meio deles, e disse: Eu lhes asseguro que, a não ser que vocês se convertam e
se tornem como crianças, jamais entrarão no Reino dos céus. Portanto,
quem se faz humilde como esta criança, este é o maior no Reino dos céus. Quem recebe uma destas crianças em meu nome, está me recebendo.
Como assim agir semelhante a uma criança? De
três formas:
·
Criança se contenta com
pouca coisa (bebês por ex. brinca com papel, chave, mamadeira, etc...) conforme vamos
crescendo vamos ficando muito mais exigentes com as pessoas – assim afastamos
muitos de nós porque não estão dentro de nosso padrão: religioso – político –
social.
·
Criança tem facilidade de
esquecer ofensas – ex. correção – corrija uma criança e um adulto e veja quem se
magoa mais fácil.
·
Criança está sempre dando
uma nova oportunidade para os outros – adulto sempre está dizendo: “está é sua última
chance hein? Se cuida!”
2º No Reino de Deus tudo o que faço deve ser visto, sob a seguinte perspectica:
“Vai fazer mal para alguém? Vai escandalizar alguém? vs. 6-8. Mas se alguém fizer tropeçar um destes
pequeninos que crêem em mim, melhor lhe seria amarrar uma pedra de moinho no
pescoço e se afogar nas profundezas do mar. Ai do mundo, por
causa das coisas que fazem tropeçar! É inevitável que tais coisas aconteçam,
mas ai daquele por meio de quem elas acontecem! O signinificado
disto é que não posso sair por ai fazendo
o que quero de qualquer jeito, preciso pensar e imaginar quais os
desdobramentos de minhas ações e reações.
4º No Reino de Deus, cada atitude deve levar em conta a missão
primordial de Jesus, que foi repassada à igreja, a qual é inegociável. V. 11-14. O
Filho do homem veio para salvar o que se havia perdido. O que
acham vocês? Se alguém possui cem ovelhas, e uma delas se perde, não deixará as
noventa e nove nos montes, indo procurar a que se perdeu? E se
conseguir encontrá-la, garanto-lhes que ele ficará mais contente com aquela
ovelha do que com as noventa e nove que não se perderam. Da
mesma forma, o Pai de vocês, que está nos céus, não quer que nenhum destes
pequeninos se perca.
Jesus afirmou que sua missão não era ser servido, mas servir os homens,
principalmente com a boa nova da salvação e ele nos confiou esta
responsabilidade.
E disse-lhes: Vão pelo mundo
todo e preguem o evangelho a todas as pessoas. Mc 16:15. Então, Jesus aproximou-se deles e disse: Foi-me dada toda
a autoridade no céu e na terra. Portanto, vão e façam discípulos de todas as
nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os
a obedecer a tudo o que eu lhes ordenei. E eu estarei sempre com vocês, até o
fim dos tempos. Mt 28:18-20
Ele
nos confiou o prosseguimento da missão que ele veio iniciar:
·
Reconciliar
os homens com Deus.
Tudo isso provém de Deus,
que nos reconciliou consigo mesmo por meio de Cristo e nos deu o ministério da
reconciliação, ou seja, que Deus em Cristo estava reconciliando consigo o
mundo, não lançando em conta os pecados dos homens, e nos confiou a mensagem da
reconciliação. 2Co 5.19-19
5º No Reino de Deus eu preciso esgotar
as possibilidades na tentativa de estar em comunhão com as outras pessoas. Vs.
15- 22. Se o seu irmão pecar contra você, vá e,
a sós com ele, mostre-lhe o erro. Se ele o ouvir, você ganhou seu irmão. Mas se ele não o ouvir,
leve consigo mais um ou dois outros, de modo que ‘qualquer acusação seja
confirmada pelo depoimento de duas ou três testemunhas. Se ele
se recusar a ouvi-los, conte à igreja; e se ele se recusar a ouvir também a
igreja, trate-o como pagão ou publicano. Digo-lhes a verdade:
Tudo o que vocês ligarem na terra terá sido ligado no céu, e tudo o que vocês
desligarem na terra terá sido desligado no céu. Também lhes
digo que se dois de vocês concordarem na terra em qualquer assunto sobre o qual
pedirem, isso lhes será feito por meu Pai que está nos céus. Pois
onde se reunirem dois ou três em meu nome, ali eu estou no meio deles. Então Pedro aproximou-se de Jesus e perguntou: Senhor, quantas
vezes deverei perdoar a meu irmão quando ele pecar contra mim? Até sete vezes? Jesus respondeu: Eu lhe digo: não até sete, mas até setenta vezes
sete.
Estamos
acostumados a querer que os outros tenham bastante paciência coim gente, afinal
somos pessoas maravilhosas, lógico aos nossos olhos apenas, que não nos permitem
ver “os pontos cegos de nossa vida”, que são áreas que todos sabem que agente é
uma negação, menos a gente. Contudo quando vamos lidar com os outros, “o
chicote estrala”, porque ao menos sinal de erro, já julgamos, condenamos e até
executamos a pessoa dentro de nosso coração: “fulano pra mim morreu!” – é assim
que dizemos!
O apóstolo
Pedro após ouvir o discurso de Jesus sobre tentar reconciliação e depois
considerar o outro excluído da “igreja”, pois é isso que Jesus está dizendo em
outras palavras com a expressão, considera-lo como gentio e publicano, ele Pedro, pergunta: “Mas Jesus e ai, quantas
vezes devo perdoar meu irmão, umas sete?” Talvez ele esperasse de Jesus um
número ainda menor, pois a Lei Mosaica, ensinava “dente por dente e olho por
olho”. Perdão já estava difícil. Jesus então respondeu, não te digo sete, mas
setenta vezes sete. Acredito que Pedro, o eloquente e fugaz Pedro, quase
enfartou. Como é que é 70x7 é igual a 490. Pois não Pedro, o caminho é por ai!
Aqui Jesus jogou os números lá em cima
para demonstrar uma verdade conclusiva que nossa maldade é muito grande, e que
só poderei ser bom com o outro se eu enxergar o tamanho das minhas falhas, dos
meus pecados, de meus erros e o tamanho do perdão divino para mim.
6º No Reino de Deus precisamos aprender a
tratar os outros como Deus nos trata. Vs 23-35. Por
isso, o Reino dos céus é como um rei que desejava acertar contas com seus
servos. Quando começou o acerto, foi trazido à sua presença um que
lhe devia uma enorme quantidade de prata. Como não tinha
condições de pagar, o senhor ordenou que ele, sua mulher, seus filhos e tudo o
que ele possuía fossem vendidos para pagar a dívida. O servo
prostrou-se diante dele e lhe implorou: ‘Tem paciência comigo, e eu te pagarei
tudo.O senhor daquele servo teve compaixão dele, cancelou a
dívida e o deixou ir. Mas quando aquele servo saiu, encontrou
um de seus conservos, que lhe devia cem denários. Agarrou-o e começou a
sufocá-lo, dizendo: ‘Pague-me o que me deve! Então o seu
conservo caiu de joelhos e implorou-lhe: ‘Tenha paciência comigo, e eu lhe
pagarei. Mas ele não quis. Antes, saiu e mandou lançá-lo na
prisão, até que pagasse a dívida. Quando os outros servos,
companheiros dele, viram o que havia acontecido, ficaram muito tristes e foram
contar ao seu senhor tudo o que havia acontecido. Então o
senhor chamou o servo e disse: ‘Servo mau, cancelei toda a sua dívida porque
você me implorou. Você não devia ter tido misericórdia do seu
conservo como eu tive de você? Irado, seu senhor entregou-o aos
torturadores, até que pagasse tudo o que devia. Assim também
lhes fará meu Pai celestial, se cada um de vocês não perdoar de coração a seu
irmão.
Aqui nesta parábola o rei é uma figura
de Deus. Os devedores somos nós. A dívida simboliza nossos erros contra ele. O perdão
da dívida é o perdão dos nossos pecados.
Quando não perdoamos os irmãos, não
estamos passando adiante o que de Deus recebemos.
1.
Tolerância
2.
Empatia
3.
Oportunidades
Sendo assim, busque tratar
os outros como Deus te trata:
Ø Com
tolerância – paciência v. 26
Ø Com
empatia – v. 27 – teve compaixão dele
Ø Com
novas oportunidades – v.27 – “cancelou
a dívida e o deixou ir”
Algumas explicações e
aplicações para a gente concluir:
(Fonte Wikipédia)
· Compaixão (do latim compassione) pode ser descrito como uma
compreensão do estado emocional de outrem.
1.
A
compaixão frequentemente combina-se a um desejo de aliviar ou minorar o sofrimento de outro ser, bem como demonstrar especial
gentileza com aqueles que sofrem.
3.
A
compaixão é frequentemente caracterizada através de ações, na qual uma pessoa
agindo com espírito de compaixão busca ajudar aqueles pelos quais se compadece.
4.
Ter
compaixão é permanecer num estado emotivo positivo, enquanto tento compreender o
outro, sem invadir o seu espaço.
5.
A
compaixão diferencia-se de outras formas de comportamento prestativo humano no
sentido de que seu foco primário é o alívio da dor e sofrimento alheios.
6.
Atos de
caridade que busquem principalmente conceder
benefícios em vez de aliviar a dor e o sofrimento existentes são mais
corretamente classificados como atos de altruísmo, embora, neste sentido, a compaixão possa
ser vista como um subconjunto do altruísmo, sendo definida como o tipo de
comportamento que busca beneficiar os outros minorando o sofrimento deles.
7. Jesus
ao longo da sua vida foi um homem compassivo e, com as suas palavras, gestos e
atitudes, mostrou-nos o rosto compassivo de Deus. Não se poupou a esforços para
libertar as pessoas do sofrimento que as atormentava. «Ao ver as multidões,
Jesus enchia-se de compaixão por elas, pois estavam cansadas e abatidas, como
ovelhas sem pastor (Mt 9,36). Deste
modo, Jesus mostrou-nos como é Deus, Seu e nosso Pai, e desafiou-nos a sermos
como Ele: Sede compassivos como o vosso Pai é compassivo. (Lc 6,36).
ILUSTRAÇÃO
(FONTE:http://www.abcdacatequese.com/index.php/evangelizacao/catequese/298-compaixao-e-sofrer-com)
QUANDO
EU E TU SE ENCONTRAM
Era uma vez um nome, igual a tantos
outros, que vivia numa terra de algures. Sentia o que tantos sentem. Vivia como
muitos vivem e queria e desejava o que tantos desejavam. Chamava-se Eu. Um dia
partiu para a terra da aventura e conheceu Tu. Tu era alguém como Eu, simples,
mas com a palavra «amor» e «compaixão» pintadas no coração a letras de
generosidade e bondade. Eu e Tu conheceram-se, cresceram juntos e evoluíram
mutuamente. Perceberam que o mundo é uma passagem. Eu e Tu aprenderam a amar,
descodificaram a vida na sua simplicidade e perceberam o valor da compaixão.
Mas perceberam que não basta Eu conhecer Tu, é preciso mais, muito mais. Não
basta o amor, a compaixão, não basta serem as pessoas certas, é preciso trabalharem
o interior, é necessário serem inteligentes emocionalmente, é preciso
trabalharem a relação, é preciso flexibilidade e capacidade de adaptação. A vida é
apenas uma curta passagem num tempo muito relativo. Extrair o sumo da vida num
período de Tempo tão pequeno é sentir que mereceu a pena ter vivido e que a
nossa missão está na palavra compaixão.
Eu e Tu aprenderam a ser compassivos. E à sua volta cresceu a emoção, a
compreensão, os afectos e os momentos de felicidade plena. No ar que respiravam
e na compaixão que exalavam, Eu e Tu transformaram-se na mais bela flor da
compaixão... a flor do Nós! A flor do Nós nasceu da união da semente do físico,
emocional, mental e espiritual. A Flor do Nós nasceu da compaixão…