Os fatos narrados por Mateus
no capítulo 14 poderiam ser divididos em quatro partes principais, para nossa melhor
compreensão:
1ª Lição: Ser um agente do Reino de Deus
aqui na terra, muitas vezes implica em grandes sacrifícios, como neste caso, a prisão
e a morte de João Batista. Vs. 1-11. Aqui João é preso porque
denunciou o adultério de Herodes, por ter se casado com sua cunhada. Ele queria
matar João, mas tinha medo do povo judeu se revoltar, pois estes criam que João
era profeta. Heródes como representante de Roma na região, a última coisa que
desejava era uma revolução que chamasse a atenção do César, o qual poderia o destituir
de seu papel de governador. Contudo em uma festa que ele deu em seu palácio, a
filha de Herodias, sua esposa, dançou e o encantou e este lhe prometeu dar o
que ela pedisse. Ela instruída pela mãe pede a morte de João Batista. O rei para
não ser envergonhado perante a multidão manda matar João.
2ª Lição: Como agente do Reino de Deus aqui
na terra, precisamos aprender a nos humanizar e chorar quando temos que chorar
e sorrirmos quando temos que sorrir. Alegrem-se com os que se alegram; chorem com os que choram. (Rm 12.15).
Uma espiritualidade cristã verdadeira não nos torna secos, duros e
insensíveis de maneira alguma, antes nos quebranta a alma e o coração. A notícia chega até Jesus da prisão e morte
de João Batista, que ao saber disso, vai para o deserto. Vs 12-13. Quando João é morto, foram
dar a notícia para Jesus, o qual sai para um lugar deserto. Mateus não relata o
que ele foi fazer, mas eu imagino. A bíblia diz que em tudo Jesus foi
semelhante a nós. Pois não temos um sumo
sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas, mas sim alguém que,
como nós, passou por todo tipo de tentação, porém, sem pecado. (Hb 4.15). Jesus quando veio a terra se
esvaziou de sua divindade e esse tornou como nós homens: Seja a atitude de vocês a mesma de Cristo Jesus, que, embora sendo
Deus, não considerou que o ser igual a Deus era algo a que devia apegar-se; mas
esvaziou-se a si mesmo, vindo a ser servo, tornando-se semelhante aos homens. E,
sendo encontrado em forma humana, humilhou-se a si mesmo e foi obediente até à
morte, e morte de cruz! (Fp 2.5-8). Jesus
deve ter sentido uma dor enorme no peito pela preda daquele que era seu primo, como
seu precussor, veio preparando o seu caminho, e ainda foi aquele que o batizou.
Há momentos que a tristeza é tão intensa
que só a solidão é que nos ajudará a vencer a aflição daquele momento.
3ª Lição: Como agentes do Reino de Deus
aqui na terra, precisamos aprender que o egoísmo não pode ser a marca de quem
pertence a este Reino. Jesus veio para o deserto, para ali
ficar só, devido a dor que estava em seu peito, mas vendo a necessidade das
pessoas, lhes curou, acolheu e alimentou. As multidões ao saberem para onde Jesus
foi, o acompanham e ele faz a primeira multiplicação de pães e peixes. Vs 13-23. Mateus narra que Jesus atravessou
o Mar de Tiberíades ou Mar da Galileia.
Me deixa falar um pouco sobre este Mar:
Segundo a Wikipédia: O mar
da Galileia, também é chamado de mar de Tiberíades ou lago de Genesaré. Ele é
um extenso de água doce, que faz fronteira entre Israel, Cisjordânia e Jordânia,
com comprimento máximo de cerca de 19 km e largura máxima de cerca de
13 km. Na moderna língua hebraica é conhecido por Yam Kinneret. O seu
afluente principal é o rio Jordão, que vem do monte Hermon e de Cesareia de
Filipe, e que é também o seu efluente, seguindo depois para o mar Morto. O Mar
da Galileia fica a 213 metros abaixo do nível do mar Mediterrâneo e é
considerado um mar isolado por não ter nenhuma ligação com outros mares ou
oceanos. Nos tempos do Novo Testamento, ficavam nas suas costas a cidade de Tiberíades,
fundada por Herodes Antipas, Cafarnaum, Betsaida e Genesaré, entre outras, no
tempo da infância de Jesus. Hoje Tiberíades é a localidade principal nas
margens do lago. A nordeste deste lago ficam os montes de Golã. Grande parte do
ministério de Jesus Cristo decorreu nas margens do lago de Genesaré. Naqueles
tempos, havia uma faixa de povoamentos à volta do lago e muito comércio e
transporte por barco. No entanto, sabe-se que a Galileia era uma região mais
pobre do que a Judeia, de modo que a população do local atravessava momentos
difíceis durante o primeiro século da era cristã.O Evangelho segundo Marcos
(1:14-20) e o Evangelho segundo Mateus (4:18-22) descrevem como Jesus recrutou
quatro dos seus apóstolos nas margens do lago de Genesaré: o pescador Pedro e
seu irmão André, e os irmãos João e Tiago. Um famoso episódio evangélico, o Sermão
da Montanha, teve lugar numa colina com vista para o lago e muitos dos milagres
de Jesus também aconteceram aqui.
Em 135,
os judeus foram derrotados na terceira guerra judaico-romana, também chamada
revolta de Bar Kohba. Os romanos responderam com o exílio forçado de todos os
judeus de Jerusalém. O centro da cultura judaica passou então a ser esta região
do Quineret, particularmente a cidade de Tiberíades. Foi provavelmente nesta
região que o chamado "Talmud de Jerusalém" foi compilado.
Na
atualidade com as invasões dos árabes e a longa ocupação dos turcos otomanos na
região que durou até ao fim da Primeira Guerra Mundial, a Galileia bíblica foi
praticamente toda destruída, de modo que restaram apenas algumas ruínas das
antigas cidades que ficavam nas proximidades do lago, hoje muito visitadas
pelos turistas em Israel. O lago de Genesaré ou mar da Galileia, recebe água
principalmente do rio Jordão, que é também o seu efluente a sul, drenando para
o mar Morto, formando com este o conjunto mais notável de acidentes geográficos
no vale do Jordão, formado pela separação das placas tectónicas africana e
arábica. Hoje ele constitui um recurso hídrico, ou seja, um fornecedor de
águas, de enorme importância para Israel. Há canalizações que permitem o
abastecimento de cidades com água doce e para irrigação de campos,
essencialmente na zona do deserto do Negev. É o lago de água doce mais baixo do
mundo, situando-se 213 m (em média) abaixo do nível médio das águas do mar. A
sua profundidade máxima é de 43 m.
4ª Lição: Como agentes do Reino de Deus
aqui na terra, acredito que a maior lição deste texto para nós aqui hoje é o
cuidado de Jesus com quem pede socorro. Jesus manda seus discípulos
a atravessem o Mar da Galileia. Após despedir a multidão, Jesus vai orar e pede
para seus discípulos irem embora, agora chegou a hora dele chorar um pouco
diante de Deus a perda de seu primo, precussor e amigo, João Batista. Enquanto
ele fica ali orando uma forte tempestade se levanta contra a embarcação de seus
seguidores. Eles como pescadores experientes lutam pela sobrevivência, mas não
conseguem chegar as margens do outro lado. Jesus na última vigília da noite vai
ao encontro deles andando sobre as águas (3-6h
da madrugada). Eles já tinham remado pelo menos 9 horas desde que saíram das
margens. Você conhecem os fatos. Os discípulos se assustaram por imaginarem que
era um fantasma. Jesus os acalmou com sua voz. Pedro pediu para ir ao seu
encontro. Ele andou sobre as águas enquanto não se concentrou na tempestade.
Porém quando desviou sua atenção de Jesus para o vento forte, ele teve medo, e
clamou por socorro. Jesus o colocou são e salvo no barco e lhe interrogou
dizendo: Homem de pequena fé, porque você duvidou? Pedro foi muito corajoso
quando ousou descer do barco em uma tempestade. Pedro foi extremamente convicto
quando andou sobre as águas. Pedro nos deixa o exemplo de um homem que certo da
vontade de Deus, não teme enfrentar nada, antes se lança com confiança na vida
mediante a palavra de Cristo. Contudo Pedro me lembra que sou humano e não
consigo ser perfeito. Que um instante eu estou caminhando sobre as águas do mar
em meio a tempestades e outra hora eu vacilo em minha fé e me encontro quase
morrendo afogado. Quase naufragando. Pedro me ensina que Jesus me ama e eu
posso confiar nele, sabendo que ele não me deixará naufragar. Eu posso até
falhar, mas ele não deixará de me querer bem e de apostar em mim. Deus acredita
em você!
· A
vida de Jesus nos ensina que o seu cuidado com as pessoas, sempre esteve presente
e é algo do qual me admiro muito.
· No
final do texto encontramos Jesus novamente se encontrando com as pessoas e estas
sendo curadas por ele, apenas por tocarem em sua roupa:
Após
atravessarem o Mar Jesus é encontrado por uma multidão que lhe traz muitos
doentes que apenas ao tocar em seu manto eram sarados.
· Nosso
papel como igreja e como cidadãos, do Reino de Deus, é curar vidas, conforme
nós nos encontramos com elas.
· Nosso
papel é chorar com os que choram e se alegrar com os que se alegram.
· Nosso
papel é alimentar os famintos, com o pão do céu que é a palavra, mas sempre que
necessário, socorrer as pessoas também em suas necessidades pertinentes a sua
humanidade.
· Nosso
papel é promover bondade, justiça e liberdade
· Jesus disse: E
conhecerão a verdade, e a verdade os libertará. Eles lhe responderam: Somos
descendentes de Abraão e nunca fomos escravos de ninguém. Como você pode dizer
que seremos livres? Jesus respondeu: Digo-lhes a verdade: Todo aquele que vive
pecando é escravo do pecado. O escravo não tem lugar permanente na família, mas
o filho pertence a ela para sempre. Portanto, se o Filho os libertar, vocês de
fato serão livres. João 8.32-36
· Jesus afirmou: Busquem,
pois, em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça Mateus 6:33
Autor do texto: Pastor Davi Alencar Santana
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