O Pastor Eugene Peterson em seu livro “O pastor
contemplativo” fala que existem três tipos de linguagens:
·
A linguagem
informativa: é aquela linguagem onde nós usamos o vocabulário, as palavras,
para conhecer e ser conhecido no mundo, através dela nomeamos objetos, pessoas,
lugares, eventos, etc... Sua função é fornecer dados a mente para que esta se
situe, se encontre, se localize, neste universo que é a vida humana emaranhada
com outras vidas humanas nas mais diversas situações.
·
A linguagem
motivacional: esta serve para dirigirmos a nossa vida e das pessoas no sentido
de fazer coisas, tornar visões realidade, levar a ação, tomar atitudes e levar
pessoas a tomar atitudes também.
·
A linguagem
íntima. Esta está ligada aos sentimentos e as relações interpessoais em sua
profundidade. Se apóia na ideia de estar perto e nem sempre o veículo da
comunicação será a fala, as palavras, o vocabulário simples ou rebuscado. Nesta
linguagem o toque físico, o abraço, olhar, o aperto de mãos, falará muitas
vezes de forma mais eficaz do que as meras palavras. Segundo Eugene esta é a
linguagem do bebê para com sua mãe. Dos amantes apaixonados, quando estão juntos
e apenas com um olhar conseguem comunicar conceitos, ideais e emoções, cujas
palavras não conseguem descrever.
Vivemos em um mundo onde este tipo terceiro de
linguagem está cada vez mais escasso. Quando isto acontece os relacionamentos
se tornam pragmáticos, sem brilho e sem afetividade profunda. O ser humano carece
muito deste tipo de linguagem onde ele se sente querido e amado. Importante e
necessário, mas ao mesmo tempo se sente vulnerável e compreendido. Dentro desta
linguagem se desenvolve a empatia, a capacidade de se colocar no lugar do
outro, de como ensina a palavra de Deus: sorrir com quem está feliz e chorar
com quem está sofrendo. Jesus sempre viveu usando estes três tipos de linguagens e nós precisamos aprender a fazer o mesmo, principalmente atentando para esta terceira forma de linguagem em nossos relacionamentos.
No texto de Mateus capítulo quatro, Jesus é
conduzido pelo Espírito ao deserto. Estando ali ele é tentado pelo Diabo, o
inimigo de nossas almas, aliás, em um período onde ele estava fisicamente bem
debilitado, por estar jejuando a quarenta dias e quarenta noites, antes de
iniciar seu ministério terreno. Ao Sr confrontado, seu inimigo usou trechos das
escrituras sagradas judias, partes da Lei, que nós cristãos denominamos Antigo
Testamento. Jesus como profundo conhecedor das escrituras, se utiliza também da
Lei Sagrada e se defende.
Ao sair dali, Jesus começa escolher os seus discípulos.
Hoje quando queremos aprender algo novo nós nos matriculamos em uma escola e
vamos conhecer os professores que nos ensinarão o que temos sede ou necessidade
de aprender. Jesus contrariou nossa regra educativa, foi ele quem escolheu a
dedo seus primeiros discípulos, que depois de treinado e devidamente
orientados, seriam seus apóstolos e substitutos na tarefa de expandir o Reino
de Deus na terra pela pregação do evangelho.
Após fazer sua primeira seleção, trazendo para sua
equipe os primeiros quatro componentes, ele segue por toda a Galiléia, pregando
e ensinado sobre o Reino de Deus e agindo trazendo cura e expulsando demônios.
Esta narração de Mateus nos ensina algumas verdades
interessantes sobre apalavra de Deus e o processo de discipulado;
1º A
palavra de Deus nos traz uma nova informação que a gente não possuía antes. Quando o nosso coração é exposto
a palavra de Deus, começamos a entender conceitos nunca dantes experimentados,
profundas verdades que a mente humana sem a luz de Cristo não pode perceber,
por isso Jesus chamou aqueles homens, Pedro, André, Tiago e João. Seu objetivo,
como ficará claro mais tarde, conforme vamos lendo o Evangelho, era comunicar a
eles que o Reino de Deus havia chegado, um novo estilo de vida estava
disponível para a raça humana. Uma informação de última hora estava sendo
anunciada, a qual Jesus denominou boa notícia, que é o significadoi da palavra
evangelho.
2º A
palavra de Deus tem como objetivo formar em nós uma nova pessoa. A partir do dia que aqueles quatro
homens passaram a caminhar com Jesus, suas vidas nunca mais seriam as mesmas,
eles estavam se tornando novas pessoas. O chamado de Jesus para que os
pescadores abrissem mãos de suas redes e se tornassem seus seguidores,
aprendizes, alunos, tinha uma conotação fundamental: formar neles um novo
caráter, uma nova personalidade, um novo homem, uma nova criatura (2Co 5.17)
eles iriam nascer de novo (Jo 3.3)
3º A palavra
de Deus visa transformar a nossa vida de maneira radical, progressiva e eterna.
Jesus mais para frente assegurou dizendo: - Vocês já estão limpos pelas
palavras que eu vos falei. Com esta palavra que ele lhes falava, palavra que
não vinha dele, mas do Pai que o enviou, ele mudou de maneira radical a vida
destes homens, porém o processo continuou até eles serem tirados da face da
terra pra viver esta transformação de maneira eterna. Deus em Cristo pelo seu
Espírito Santo deseja fazer com cada ser humano o que ele fez com aqueles quatro
homens. Eles deixaram de ser pescadores de peixes e passaram a ser pescadores
de homens, passaram a reproduzir em outras pessoas o que Jesus fez neles. Eles
foram transformados e se tornaram transformadores de vida. Os quatro depois que
foram informados por Jesus do seu Reino, o Reino foi implantado em seus
corações, quando isto aconteceu um novo caráter, um novo homem, uma nova vida
foi formada neles. Assim quatro pescadores foram radicalmente transformados. A
palavra de Deus também quer mudar a sua vida, está escrito:
Todas as coisas me foram
entregues por meu Pai. Ninguém conhece o Filho a não ser o Pai, e ninguém
conhece o Pai a não ser o Filho e aqueles a quem o Filho o quiser revelar. Venham
a mim, todos os que estão cansados e sobrecarregados, e eu lhes darei descanso.
Tomem sobre vocês o meu jugo e aprendam de mim, pois sou manso e humilde de
coração, e vocês encontrarão descanso para as suas almas. Pois o meu jugo é
suave e o meu fardo é leve. Mt 11.27-30
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